PF revela ‘fundo do poço’ da prática política paraibana

Urna eletrônica / Foto: Justiça Eleitoral. Reprodução

Para além de casos concretos, de cidades específicas, as investigações feitas pela Polícia Federal em torno da atuação de facções ligadas ao tráfico de drogas em campanhas expõem a face mais ‘sombria’ da atividade política paraibana. Elas colocam, mais uma vez, a política no caderno de anotações da crônica policial.

Não que os outros escândalos já registrados, envolvendo o ‘toma lá da cá’ e desvios diversos de recursos públicos na saúde, por exemplo, sejam menos reprováveis.

É preciso reconhecer, porém, que o oferecimento de benefícios a membros de grupos criminosos, em troca da garantia de acesso facilitado e do embaraço de adversários – classificado pela PF como aliciamento violento – é um atentado, muito grave, à democracia.

É semelhante ao que vivemos no passado, ainda na República Velha, quando predominava no Brasil o voto de cabresto. E eleitores iam às urnas monitorados pelos coronéis de plantão.

A era dos coronéis, inclusive, passou por adaptações ao longo das últimas décadas. A cooptação deu espaço às militâncias oxigenadas pela máquina pública, ao abuso de poder econômico e ao uso de Emendas parlamentares para conquistar territórios.

Mas os indícios de possíveis interferências no processo eleitoral a partir de facções, contudo, conduzem a imagem da classe política para o ‘fundo do poço’.

Algo sem precedentes na histórica da Paraíba, com pedidos de tropas federais para três cidades: Cabedelo, Bayeux e Itabaiana.

Relatos que envergonham e desmoralizam o Estado e suas instituições – já há fragilizadas diante do poderio dos grupos e de antigos costumes da política. Desde a proclamação da República até hoje…

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